quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Uma casa para chamar de nossa?

 



A saga do apartamento, parece, terminou hoje. Chegamos em Sevilha no dia 29 de dezembro, com um apartamento alugado pelo Airbnb para os primeiros dias (até o dia 07 de janeiro de 2022). Por ser final de ano, tudo estava mais caro, claro! Além disso, a oferta também não era muita. Elegemos um apartamento bem legal, na Calle Siete Revueltas, no Casco Histórico da cidade. Pequeno, sem qualquer luz solar, mas bem completo. Quando fiz a reserva, logo lembrei que dia 06 era feriado e tal e imaginei que teríamos tempo suficiente para encontrar outro apartamento para todo o período. A saga começou no dia seguinte, buscando imobiliárias por Sevilha e apartamentos no saite Idealista. Era 30 de dezembro e elas estavam funcionando (as que estavam abertas) em ritmo de plantão.




Estivemos em quatro imobiliárias naquele dia. Algumas nos prometeram contato, em outras não conseguimos nada, porque só alugam para 'larga temporada', ou seja, um ano ou mais. Caminhamos vários quilômetros e voltamos para casa sem uma definição. Falamos com o proprietário do 'nosso' apartamento, que nos ofereceu, por 1.000 euros mensais, um apartamento em Triana. Mandou o link. Gostamos e pedimos para ir ver. 

Na segunda-feira, voltamos a buscar imobiliárias. Encontramos a OPAU, que presta um serviço diferente: pagamos 300 euros para eles encontrarem um apartamento para nós entre os 25mil imóveis catalogados que eles possuem. Olhamos o primeiro na segunda mesmo. Inqualificável era elogio! A vantagem dele era a localização, praticamente ao lado da universidade. Mas descartamos na hora, pois não tinha nem como cozinhar... Liguei para o número de atendimento ao cliente, comuniquei e ficamos esperando novo contato, que só veio hoje, quarta-feira, informando novo apartamento, que só poderá ser visitado na sexta, nosso último dia aqui em Sete Revueltas...

Independentemente da OPAU, buscamos outros imóveis no saite Idealista. Fizemos diversos contatos e buscamos outras imobiliárias. Ontem estivemos em seis (!) e todas fechadas! Mesmo assim, a partir dos contatos feitos previamente, olhamos dois apartamentos no final da tarde. O primeiro era bom, pequeno, mas bom. O problema era, além da distância da universidade (mas tinha ônibus ao lado com linha direta), a ausência de internet... O proprietário exigiu mais documentos do que os apresentados para o visto, mesmo nós tendo dito que íamos pagar 'en efectivo y en adelantado'.  Tudo bem, afinal de contas as regras são as dele. O segundo apartamento, ali pertinho, era muito, mas muito bom e nos acomodaria muito bem. O problema era o mesmo: não havia internet. Enquanto o proprietário do primeiro se dispôs a contratar internet e nós pagarmos a fatura, a dona deste não fez esse movimento e ainda disse que tinha uma proposta para contrato de um ano. Ou seja, não havia interesse dela em alugar para nós.

Isso, aliás, foi um dos grandes problemas: os proprietários querem alugar para contratos anuais, que depois de renovam automaticamente por até 5 anos. Nós precisamos de algo para apenas 5 meses. E mais: se alugamos um apartamento, vamos dizer, 'normal', precisamos pedir a ligação de luz e de internet. Para isso, precisamos de conta em banco espanhol. Para abri-la, precisamos do NIE, o documento de identificação de estrangeiro, que demora uns 30 dias para ficar pronto. Ou seja, inviável!

Além disso, precisaríamos comprar roupas de cama e de banho, bem como coisas de cozinha, para depois deixar aqui ou enviar, de alguma forma, para o Brasil (ou pagar excesso de bagagem). Por outro lado, o preço. Numa localização ruim, não baixa de 600 euros. Numa localização mediana, são cerca de 800 euros. Numa localização melhor, sempre levando em conta a universidade, não baixa de 1000 euros, o que, para nós, é absurdamente caro, se considerarmos, em conta redonda, o euro a R$ 7,00! 



Hoje, então, foi o dia de irmos a Triana, ver o apartamento que o proprietário do que estamos hoje nos ofereceu, por 1.000 euros por mês. No início, desconsideramos essa proposta, mas com o passar dos dias, vimos que deveria ser considerada. O apartamento, cujo link ele mesmo nos mandou, era muito bom e acomodava 5 pessoas. Pois bem, chegamos lá hoje e... o apartamento era menor do que o que estamos agora,.. acomoda bem duas pessoas... Ou seja, inviável... Em contato com ele, me disse que enviou o link errado, que era o outro, o que de fato vimos, que era possível de locar pelo valor de 1.000 euros, mas que não nos servia... Saímos dali desnorteados e já de saco cheio da situação.

Sentamos num restaurante/bar, pedimos uma 'caña' (chopp) e entramos no airbnb para ver alguma opção. Na primeira busca, encontramos um apartamento que parece bom, bem avaliado, perto da estação de trem. Fechamos por três meses. Se for bom, depois reservo até o fim. Se não gostarmos, depois trocamos (até porque tem a possibilidade de irmos a Valência e a Burgos, também, o que só vou ficar sabendo depois que começar na universidade). Ou seja, parece que o universo é sempre perfeito.

Depois de confirmada a reserva, avisamos ao corretor de ontem, à proprietária do apartamento de hoje (aquele que só poderá ser visitado na sexta) e ao proprietário do nosso - que chegou a fazer uma proposta de 1000 euros neste em que estamos até 30 de março - que já havíamos conseguido um lugar para chamar de nosso pelos próximos dois meses. Ah, e no valor do aluguel estão todos os custos e, inclusive, internet, o que facilita muito a nossa vida. 



Nestes dias, caminhamos muito, mas muito mesmo. Exploramos Sevilha a pé, atravessando-a de ponta a ponta. Visitamos um sem número de imobiliárias, fizemos mil contatos. As dificuldades foram várias: sermos brasileiros, estarmos por pouco tempo aqui, o período do ano que viemos, enfim... Imaginávamos que conseguiríamos um apartamento bem legal para alugar, que não fosse turístico, para vivermos o mais local possível. Doce ilusão! Acabamos num airbnb, outra vez. Amanhã, Dia de Reis, é feriado aqui e vamos andar até o apartamento para conhecer a região e de lá vermos o trajeto até a universidade. E na sexta, faremos nossa mudança!


Até mais!






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