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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Piratini: Agora preservada!





Vou a Piratini desde sempre, desde criança, e sempre ouvi dizer que era a 1ª Capital Farroupilha. Para quem não sabe, houve um tempo em que o RS declarou sua independência do resto do Brasil, elegendo Piratini a sua capital. Muito da nossa história aconteceu nessas ruas, cujas casas abrigaram nomes conhecidos como Giuseppe Garibaldi e Bento Gonçalves da Silva, dentre outros.

Desde há muito eu falo que Piratini deveria se preocupar com sua história e preservar os prédios antigos, seu centro histórico para as gerações futuras. Afinal de contas, não é isso que os países europeus fazem? Não está o Coliseu em Roma a nos demonstrar isso? Sem contar outros tantos exemplos de preservação ao redor do mundo.

Pois estive por lá durante o feriado de Páscoa deste ano (2014) e fiquei maravilhada com o projeto de preservação que vi acontecendo em Piratini. E eu só descobri porque minha filha me pediu para ir visitar o Museu Histórico Farroupilha, que tantas e tantas vezes visitei (ainda bem que ela gosta de museu!), comprometendo-me com isso na parte da tarde daquele dia.

Então, levei-a ao Museu que passou por uma reforma, mas que teve parte de seu patrimônio roubado. Muitas coisas que vi por lá quando criança, não encontrei mais... Uma pena! Mas ele segue lá, agora com segurança 24h e com peças importantes da nossa história.



Nesse prédio, no período farroupilha, funcionava o Ministério da Guerra. O prédio pertencia ao Capitão Manuel Gonçalves Meirelles, tio de Bento Gonçalves da Silva. O Museu foi criado em 1953 e não cobra ingresso para ser visitado. A visita é guiada.

Na saída, a guia ofereceu o livro Centro Histórico de Piratini - Preservação e Valorização - pelo valor de R$ 30,00, pois nele consta um mapa com os prédios tombados e suas histórias. Na frente, tem um totem, com o mapa e o tradicional 'Você está aqui".




No chão, no percurso do trajeto, há esta sinalização:


No prédio histórico, este por exemplo se chama a Casa de Garibaldi, há uma placa, com um resumo da história local e, no chão, a indicação de que aquele ponto faz parte do percurso. Nesta casa, por exemplo, foi criado e impresso o Jornal Revolucionário O Povo, durante o período farroupilha. E quando falo em Garibaldi, estou me referindo ao ídolo italiano mesmo, aquele que possui estátua na praça de Luca. Ele participou intensamente da Revolução Farroupilha.

 


E assim segui o rumo do mapa que possuía nas mãos, visitando cada casa e contando para a Valentina um pouco dessa história. A caminhada dura cerca de uma hora, se feita com toda a calma.

A Igreja Nossa Senhora da Conceição não é original, mas fica no alto da praça. Foi projetada por arquiteto italiano e construída entre 1840 e 1854.



  

O prédio da antiga cadeia nem chegou a ser usado, pois era perto demais da Casa Santa. Foi edificada em 1855.

  

Já o do antigo Teatro Sete de Abril foi construído em 1830 e era utilizado para saraus e bailes. Aqui se dançava o fandango ao som da viola e da rebeca.


A Casa da Camarinha (parte superior) foi construída em 1789, sendo a primeira casa do Povoado de Piratini.



No final do percurso, que compreende outros tantos prédios e ruas com calçamentos originais da época, descobri outro museu, o de Barbosa Lessa, ilustre historiador piratiniense, falecido recentemente. Nesse prédio, durante muitos anos, funcionou o Fórum de Piratini.

E lá fomos nós ouvir um pouco mais dessa história. Novamente visitei um museu com entrada franca! E com muita história local para contar.


Quando criei o blogue, pensei em divulgar as coisas da nossa terra, que ficam escondidas e somente algumas poucas pessoas conhecem, pois não há divulgação. Aqui não se tem uma vocação turística, algo que parece estar despertando de uns anos para cá. E Piratini povoava minha mente, mas estava tudo tão caído, abandonado, alterado, que não me inspirava a escrever. Mas agora, com a Linha Farroupilha implantada, confesso que saí de lá emocionada de ver o trabalho sério que foi - e está sendo - feito. 

Segundo me informaram, o próximo passo é retirar a fiação externa, transformando-a em subterrânea. Isso não é retrocesso. Isso é história preservada para o futuro.



Parabéns, Piratini, pela iniciativa! Que esse trabalho continue sendo feito para sempre, pois o retorno virá.

Mais informações no saite Turismo Piratini. O mapa pode ser acessado aqui. E aqui você pode fazer o download do livro.

E mais: no Museu Histórico Farroupilha, a Valen ganhou um livro feito para as escolas, com idêntico conteúdo do que comprei, mas totalmente didático, super kids friendly! Amamos o material! Tanto que ela já levou para a Escola!

Gosto de viajar para fora do País, mas essa surpresa me deixou sem palavras! E me faz querer desbravar ainda mais lugares perto de mim, que merecem a indicação deste blogue.


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Visite Piratini! Você vai gostar! Terra de gente hospitaleira, de história! E de muito frio!

Aqui você fica sabendo como chegar lá!

Até a próxima!!!!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Feira do Livro - Porto Alegre/RS


E por falar em Porto Alegre, não poderia deixar de postar sobre a Feira do Livro que, neste ano, ocorre entre os dias 28 de outubro e 15 de novembro (sempre no início da primavera, quando os jacarandás estão floridos, deixando a cidade ainda mais bonita). A feira, organizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, se realiza anualmente na Praça da Alfândega, no coração da Capital dos Gaúchos e reúne livreiros e leitores num emocionado e frenético encontro. É um dos maiores eventos culturais do Sul do Brasil.

O lema da primeira edição (em 1955) era: Se o povo não vem à livraria, vamos levar a livraria ao povo. E assim nasceu a Feira do Livro que, a cada ano, homenageia um escritor dos pampas.

Em 2010, a Feira foi reconhecida como patrimônio imaterial da cidade de Porto Alegre.

Neste ano, são cerca de 700 sessões de autógrafos, 200 palestras e debates, etc. Tem atrações para todos os públicos, desde os pequenos leitores até o mais exigente. Tem atrações internacionais e um astral maravilhoso.

Vale a pena reservar um dia para visitar e curtir a Feira do Livro de Porto Alegre.





Gambrinus - Porto Alegre/RS



Eu NÃO comia bacalhau. Sob hipótese alguma. Até que um dia, em Petrópolis/RJ, no Parrô do Valentin (já fiz um post sobre este restaurante), resolvi experimentar o tal bolinho de bacalhau. Não deu outra. Eu AMEI!


Daí eu descobri em Porto Alegre um lugar que serve um excelente bacalhau: o Restaurante Gambrinus, no Mercado Público. E vai dizer: mercado público não é o máximo? Claro que é! E se tem um bom restaurante, então, fica PERFEITO!

Este restaurante é especializado em frutos do mar, mas tem no cardápio variedade de carnes e de outros pratos. Escolha uma mesa no pátio interno do mercado para apreciar o belo prédio e a movimentação local. O atendimento é de primeira!


  
Então, esta é a dica de hoje. Se você for a Porto Alegre, reserve um almoço neste restaurante que é a cara do Mercado Público. E depois, aproveite para tomar o café do mercado ou saborear o sorvete da Banca 40 ou ainda doces de Pelotas no segundo piso ou... mas aí a gente já está quase fazendo outro post...

À tout l'heure!

domingo, 23 de outubro de 2011

Champanharia Ovelha Negra - Porto Alegre/RS




Se você, assim como eu AMA espumante, tem que conhecer esse lugar: a Champanharia Ovelha Negra, na esquina das ruas Bento Martins com Duque de Caxias, no centro de Porto Alegre. Situada num casarão antigo, abre diariamente às 18h, encerrando suas atividades às 24h. Em ponto.

A carta é refinada e os petiscos, deliciosos. Um belo local para o seu happy hour.




sábado, 22 de outubro de 2011

São Lourenço do Sul/RS




Este é o meu primeiro post sobre esta cidade que tanto amo. São Lourenço do Sul, a Pérola da Lagoa dos Patos, é um pequeno e belo recanto do nosso litoral sul, que merece ficar intocado por muitos anos.

Deixo as fotos de um final de tarde que convida a chimarrear na praia.





Que tal? Gostaste? Então, vai conhecer, porque você não vai se arrepender. Em março o melhor momento do ano: ocorre, na beira da Lagoa, o Reponte da Canção, o melhor dos festivais do RS.



Terra dos Marechais - São Gabriel/RS




A história da cidade remonta aos idos de 1750, com o surgimento das primeiras estâncias jesuíticas, dos Sete Povos das Missões, de São Luis, São João e São Lourenço. Pelo Tratado de Madri, assinado naquele ano, o que constituía o território do atual município passou a pertencer a Portugal, pois até então era Espanha, servindo o rio Santa Maria de divisa. Mas as disputas internas entre castelhanos, portugueses e índios só permitiram a demarcação do território partir de 1784.




Em 2 de novembro de 1800 o naturalista espanhol Félix de Azara viria a fundar, junto ao Cerro do Batovi, uma povoação, com o nome de São Gabriel, supõe-se uma homenagem ao vice-rei do prata, Gabriel de Avilez y del Fierro. A guarda castelhana de 90 homens, teve de logo retirar-se, pois estava contra esta o coronel Patricio José Correia Câmara, que mandou uma tropa e tomaram o local.



Em 1809, São Gabriel pertencia a Rio Pardo com o nome de distrito do Vacacaí. Uma provisão de 28 de dezembro de 1815 estabelecia capela curada, e em 1826, chegava o 1° padre na cidade, João de Almeida Pereira.



O acordo sobre os limites da fronteira, assinado em 1819, em Montevidéu, incorporava São Gabriel ao Brasil de caráter definitivo (nessa época fazendo parte do município de Cachoeira do Sul).

Prédio sendo restaurado em frente à Praça Central. Aqui, Dom Pedro II  se hospedou.


Em 1840, durante a Revolução Farroupilha, foi escolhida como sede do governo da República Riograndense.



No dia 4 de abril de 1846, a então povoação de São Gabriel recebeu a visita do imperador Dom Pedro II, sendo elevada a categoria de vila e instalada a câmara de vereadores no município, sendo esta data considerada de emancipação e atual feriado municipal.




Em 15 de dezembro de 1859, foi elevada a condição de cidade, durante a presidência do conselheiro Joaquim Antão Fernandes Leão.


Igreja da Nossa Senhora do Rosário de Bom Fim


O território do atual município de São Gabriel foi marcado ao longo da história por diversos combates e batalhas que estão na história, não só do município, mas também na História do Brasil.




Batalha do Caiboaté


Em 10 de fevereiro de 1756, no território onde hoje encontra-se o município de São Gabriel, ocorreu a Batalha de Caiboaté. Durante essa batalha entre índios guaranis dos Sete Povos contra as forças luso-espanholas, tombou em combate, nas cercanias da Sanga da Bica, no que hoje é o centro da cidade de São Gabriel, Sepé Tiarajú, grande líder indígena e, considerado por muitos, nos dias de hoje, santo popular. No local onde ele tombou, dentro da cidade, foi erguido um monumento, uma cruz de Lorena de madeira, a cruz dupla, que sempre foi o simbolo dos padres Jesuítas das missões. Com a morte de Sepé Tiarajú, aproxima-se o fim dos conflitos entre os indígenas dos Sete Povos das Missões e as forças de Espanha e Portugal, confronto este, denominado Guerra Guaranítica.

No local onde se travou o combate, a cerca de 20km ao norte da atual sede municipal, foi erguido um monumento em memória dos que ali tombaram.






Batalha do Cerro do Ouro


O combate ocorreu às margens do Arroio do Salso, no Distrito de Cerro do Ouro, em agosto de 1893, durante a Revolução liderada por Gaspar Silveira Martins e Gumercindo Saraiva contra o governo de Júlio de Castilhos, chamada de Revolução Federalista. Sendo uma das batalhas mais sangrentas do conflito, com mais de 200 mortos. Perto do local, numa coxilha próxima existe um monumento em homenagem aos que ali morreram.


Prefeitura Municipal






SÃO GABRIEL historicamente é ligada as armas, TERRA DOS MARECHAIS, como é chamada, já que aqui nasceram os Marechais João Propício Menna Barreto, Fábio Patrício de Azambuja, o Presidente da República Hermes da Fonseca e Mascarenhas de Moraes, o comandante da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial, durante as batalhas na Itália. Outros militares gabrielenses fizeram parte da história nacional, como o Coronel José Plácido de Castro, o desbravador que conquistou o Acre.

A vocação militar conviveu pacificamente com a Poesia e outras artes, projetando para o Brasil o gabrielense Alcides Maia, o primeiro Gaúcho admitido na Academia Brasileira de Letras e o Padre Leonel Franca, teólogo fundador da PUC do Rio de Janeiro.

A história política do Município conta com personagens como o Castilhista Fernando Abbott, Presidente do Estado e o Embaixador Francisco de Assis Brasil, fundador e líder do Partido Libertador.

Teatro, cuja restauração está por começar

O que mais me encantou nessa cidade?  A consciência que as pessoas tem de preservar a sua história, a sua arquitetura. A grande maioria dos prédios antigos estão com a fachada preservada. Outros, estão em fase de restauração. Além disso, a hospitalidade com que nos receberam lá. E, claro, a ótima organização da 18ª Estância da Canção Crioula, o festival local que, pela primeira vez, tive a oportunidade de participar. Meu retorno está agendado para 2012, por ocasião deste maravilhoso evento.


* Post especial para a minha amiga e colega Lisiane Veríssimo.