Verona - Casa de Giuletta |
Não é segredo para ninguém que a gente não viaja sem o nosso companheiro chimarrão. Já escrevi vários posts sobre ele. E muita gente me pergunta se não tem problema. E eu respondo: não, não tem problema. Pode levar tranquilo. Já levamos o mate para Argentina, Chile, Peru, Uruguai, França, Portugal e agora Itália. Até hoje, sem qualquer problemas.
Veneza |
Mas alguns cuidados são importantes de se ter. O primeiro deles é sempre despachar todo o equipamento de mate na mala. Com as novas regras atuais não vale a pena correr o risco de levar na bagagem de mão e depois não poder embarcar, embora a bomba não seja pontiaguda. Em voos domésticos no Brasil não tem problemas. Você embarca normalmente com seu equipamento de mate na mão e ainda pode pedir água quente para o pessoal de bordo.
Veneza |
O segundo cuidado: nunca falar em 'erva' e 'bomba', ainda mais depois do fatídico 11 de setembro... Se falar em erva as autoridades que desconhecem podem pensar que se trata de tóxico, como por exemplo maconha, e apreenderem. E a explicação talvez tenha que ser dada à polícia. E para bomba utilizo a palavra straw (canudo em inglês). Ainda quanto à erva, levo pacote fechado e nunca trago o que sobra para casa.
Vaticano |
Então, sempre uso a explicação de que se trata de um típico chá verde do sul do Brasil (em francês: C'est un té chaud pour boir ou em inglês: It's a typical green tea from South of Brazil).
Toscana |
Na França, no Palácio de Versalhes, quando pus a mateira no detector de metais, a segurança me perguntou o que era e eu a respondi. Fiquei surpresa quando ela me perguntou se se tratava de mate, tendo eu confirmado.
Esta é outra expressão de que eu gosto: mate. É mais fácil dos gringos assimilarem a palavra. E ainda digo que é igual ao da Argentina (embora a gente saiba que um não tem nada a ver com o outro!).
Sem contar o monte de explicação que se tem que dar na rua... Em Verona, alguns veronenses provaram e disseram que era igual a chá verde. Em San Gimignano, tivemos que explicar o que era a 'cuia'... Sabe o que dissemos? Que se tratava de um fruto do porongueiro. A gente se saiu bem dessa, né? Em Veneza, como já contei em outro post, me perguntaram se era ilegal, se era tóxico, se viciava... Resposta: todas as alternativas erradas!
San Gimignano |
Só que desta vez tivemos um acidente. Em Florença, o Jaime quebrou a térmica. A gente até tentou encontrar outra para comprar, mas que nada. Como resolver? Pedimos uma jarra de inox na cafeteria do hotel e ali aquecíamos a água, com o aquecedor elétrico (popular 'rabo quente') que sempre carregamos junto. Mas o mate ficou confinado ao hotel...
Milão |
Em Milão, bateu o desespero. Como tomar mate? Gaúcho não se aperta. Pegamos uma garrafa de água e aquecemos a água. E mateamos normalmente. Gambiarra? Total. Mas não ficamos sem mate.
Fizemos uma roda de mate no hotel em Roma com outros amigos gaúchos que lá encontramos. Aquecemos água até no trem, entre Veneza e Roma. Lembro que em um dos trechos de trem passaram alguns policiais dentro do vagão e eles ficaram olhando. Mas não perguntaram o que era. E se perguntassem iriam ganhar a mesma explicação que sempre dou. E ainda iria oferecer a eles para provarem. Devem estar se perguntando até hoje do que se tratava...
Meu equipamento de mate já está listo para a próxima aventura. E o seu?
Até mais!