Évora é uma das cidades mais antigas de Portugal, sendo conhecida como Cidade-Museu em razão do seu centro histórico muitíssimo bem preservados. Em 1986, a UNESCO o declarou Patrimônio Mundial.
Fizemos um bate-e-volta a partir de Lisboa. Utilizamos ônibus, porque perdemos o trem por poucos minutos. Ali nos informaram que tínhamos que ir até a estação Sete Rios e lá desembarcar do metrô e pegar o ônibus da Rede Expressos até Évora. Já compramos a passagem de ida e de volta, com desconto. O ônibus é bem confortável e a viagem dura cerca de 1h45min. No trajeto, muitos olivais e paisagens lindas.
Estação rodoviária de Sete Rios |
O tempo não estava muito firme, garoando de pouco em pouco. Mesmo assim, fomos caminhando desde a rodoviária até o centro histórico. São cerca de 2km de distância.
Já na entrada da cidade murada se percebe a maior característica de Évora: as casas brancas ornadas com amarelo. Reza a lenda que se trata de proteção contra os maus espíritos, enquanto que a ciência esclarece que a proteção é contra o calor e os insetos. E tem mais: as casas devem receber uma nova camada de cal anualmente das mãos da mulheres, pois são elas que têm a tarefa de limpar e de proteger o lar e à família.
A arquitetura portuguesa é clássica e as janelas e grades dão um show à parte. A vontade é de fotografar todas as janelas e sacadas...
Resolvemos almoçar no O Cruz, que fica perto da Capela dos Ossos para passar o tempo. No meu cardápio, óbvio, bacalhau, mas desta vez na forma de bolinho. Preciso dizer que estava delicioso? Não, né?
A história de Évora remonta a mais de cinco milênios. Pertenceu aos romanos, ao visigodos, aos muçulmanos até regressar à Coroa Portuguesa. No local, ruínas romanas podem ser visitadas hoje em dia, como o templo romano, que se situa na parte mais alta da cidade. Acredita-se que foi construído por volta do Séc. I como homenagem ao Imperador Augusto.
Próximo dali, no interior da Câmara Municipal, podem ser visitadas as ruínas de um banho romano.
Dali seguimos para a Igreja de São Francisco, que abriga a Capela dos Ossos. Por ter o Palácio Real integrado, foi considerada como a Igreja Real. O casamento do príncipe D. Afonso com D. Isabel de Castela, em 1490, foi realizado aqui.
Para se visitar a Capela dos Ossos, paga-se um ingresso no valor de 2 euros. A capela fica na parte de trás desse altar da foto. O acesso pode se dar por qualquer dos lados, mas tem indicação desde a porta da frente da igreja.
A curiosa Capela dos Ossos foi construída pelos franciscanos no século XVI e teve suas paredes e teto forradas por crânios e ossos humanos que estavam em 42 cemitérios da região, que foram destruídos para serem utilizados para outra finalidade. Por outro lado, há a questão espiritual, pois a mensagem transmitida é a da transitoriedade da vida, conforme escrito na portada da capela: "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos".
Apesar de tudo, o resultado final é muito interessante e equilibrado. Vale a visita!
Nosso dia se encerrou na Praça do Giraldo, quando retornamos para a rodoviária para pegar o ônibus de volta a Lisboa.
É claro que tem muito mais a ser visitado em Évora. Nós tínhamos apenas um dia para conhecer a cidade e nosso objetivo maior era a Capela dos Ossos. Mas ficamos com gostinho de 'quero mais'. Aliás, sempre fico quando vou nesses lugares pequenos, antigos, históricos e aconchegantes.
Até mais!