domingo, 27 de março de 2016

Castelo de Chenonceau - Vale do Loire/FR




Há muitos anos atrás, uma amiga me mostrou as fotos (ela o havia visitado) e me contou a inquietante história deste local e, imediatamente, tive vontade de conhecê-lo. Como pode um castelo atravessar um rio?

Na viagem, abri mão de visitar outros castelos internamente, mas isso não era verdade quando se tratava de Chenonceau. Ele estava muito dentro da lista e sua visita, com calma, era uma das mais esperadas. E ele não me decepcionou!


Chenonceau é conhecido como o Castelo das Sete Damas em razão de sete fortes mulheres que ali habitaram. O prédio original foi destruído em 1411, por um incêndio, tendo sido reconstruído por Bohier entre 1515 e 1521. As obras foram supervisionadas por Catherine Briçonnet, sua esposa.

Em razão de dívidas, o prédio passou para a Coroa, ainda na época de Henrique I. Seu filho, Henrique II, entregou-o à sua amante, Diane de Poitiers, a inquestionável senhora do palácio. Ela mandou construir a ponte arcada, de um lado a outro do Rio Cher, e supervisionou o plantio dos jardins, que são maravilhosos.



Após a morte de Henrique II, em 1559, a viúva e regente Catarina de Médicis mudou-se para o local, determinando que Diane de Poitiers dali saísse e fosse para o Château de Chaumont-sur-Loire. Era desde o Gabinete Verde que ela comandava a França.

Em 1560, seu filho Francisco II ascendeu ao trono e na festa, os primeiros fogos de artifício de que se tem notícias, estouraram. O local já era conhecido pelas grandes e luxuosas festas oferecidas por Catarina, que mandou construir esse enorme salão, em 1577, chamado de A Grande Galeria, que atravessa a ponte e possui 60 metros de comprimento por seis de largura, uma das marcas características do lugar.


Catarina morreu em 1589 e o castelo passou para a sua nora, Louise de Lorraine-Vaudémont, esposa de Henrique III. Com a morte do marido, Louise entrou em depressão e passou a vagar pelos cômodos, que receberam tapeçarias pretas, caveiras e ossos cruzados. Acabava, assim, a época das grandes festas.

A favorita de Henrique IV, Gabrielle d'Estrées, habitou o palácio a partir de 1624. Na sequência, o Duque de Vendôme, César de Bourbon, filho de Louise, e sua esposa, a Duquesa de Vendôme, Françoise de Lorraine, assumiram Chenoneceau.

Em 1720, o Duque de Bourbon comprou o castelo e o vendeu a Claude Dauphine e sua esposa Madame Louise Dupin, que trouxe a vida de volta ao palácio. Ela passou a receber os líderes iluministas mais importantes: Montesquieu, Voltaire, Buffon, Rousseau, etc.. Reza a lenda, inclusive, de que foi ela quem retirou o 'x' do nome, pois se escrevia Chenonceaux.

Atualmente, o castelo pertence à família Menier, conhecida por seus chocolates. A aquisição se deu em 1913.



A capela encontra-se logo na entrada, lado esquerdo, sendo acessível a partir da Sala dos Guardas, em que funciona o centro de visitantes. Os modernos vitrais são de autoria do mestre vidreiro Max Ingrand (1954).



Esta cama se encontra no Quarto das Cinco Rainhas, sendo duas filhas  de Catarina de Médici: Margarida de Valois, Rainha Margot (esposa de Henrique IV), Isabel de Valois (esposa de Filipe II de Espanha), e três noras: Mary Stuart (esposa de Francisco II), Isabel da Áustria (esposa de Carlos IX) e Louise de Lorraine (esposa de Henrique III).


Na base das duas primeiras fundações assentes no leito do rio, estão as cozinhas do Castelo, sendo que uma ponte atravessa de uma a outra, existindo uma plataforma para facilitar o acesso dos barcos com mantimentos. Na foto acima, o fogão (uma espécie de lareira gigante); abaixo, a coleção de facas.



No chão do Castelo, pode-se observar as iniciais de Henrique II e Catarina de Médici: "H"s e "C"s entrelaçados que podem ser considerados como formando "D"s de "Diane". 



São muitas as obras de arte que se pode observar no castelo, embora muitas tenham ido para Versailles. Reserve, no mínimo, 2h para visitá-lo com calma (sem os jardins!).


Este é um resumo da história desse Castelo. Uma pena que não pudemos visitar os jardins (exite o de Catarina e o de Diane), porque estava chovendo. São as agruras de quem gosta de viajar no inverno...

Há guias de papel em diversos idiomas, que acompanham o valor do ingresso. Mas você pode baixar o aplicativo e ouvir no seu smartphone.

Bon voyage!





domingo, 20 de março de 2016

Osteria della Colombina - Garibaldi/RS


Li, na corrida, o post da Alexandra Aranovich no seu blog Café Viagem sobre este restaurante e decidi visitá-lo, já que iria para o Vale dos Vinhedos. Decidimos, eu e meu marido, sair de Estrela e ir para o Vale pela Estrada do Sabor, que começa em Garibaldi e termina no Vale. A estrada é linda e passa por diversas atrações. Na ida, passamos pela Osteria e reservamos para o domingo ao meio-dia.


Odete Bettú Lazzari criou a Osteria della Colombina há quase 15 anos, sendo a pioneira no município de Garibaldi no turismo rural. Juntamente com outros pequenos agricultores, criou o Roteiro Estrada do Sabor, que é bem sinalizado e bem fácil de encontrar, tanto indo como vindo do Vale dos Vinhedos.



A decoração traz a religiosidade italiana e equipamentos de cozinha e de trabalho na roça. O chão é batido. As mesas, grandes. O atendimento, familiar (e de primeira).




A comida... bem, a comida é de vó. O projeto é slow food, então o negócio é sentar, degustar e curtir. Começa com polenta e salame e passa para a sopa de agnolini. Depois, salada da estação e um festival de comida italiana caseira, deliciosa. Termina com sobremesa e, claro, lemoncello.

Mas a marca registrada da casa são as colombinas, um resgate cultural muito legal, porque é uma pomba feita de pão que, antigamente, era feita para as crianças. Cada um dos presentes ganha a sua, quentinha, para comer ali na hora (se ainda houver espaço!) ou levar consigo.


A paisagem é linda e, se você quiser, pode ficar atirado na sombra (ou sol) para fazer a digestão.


Detalhes importantes: a casa abre aos finais de semana e feriados, exceto sexta-feira santa, 25 de dezembro e 01 de janeiro. É importante fazer a reserva antecipada, especialmente se for feriado ou próximo a datas especiais (para a Páscoa de 2016 já não tem mais vaga, já que a refeição é única e o lugar é pequeno, comportando cerca de 35 pessoas por vez). Também, não aceita cartão de crédito e você pode comprar alguns dos produtos feitos pelas proprietárias. Tem estacionamento e wi-fi.

Trata-se de uma experiência gastronômica única, que merece a sua visita!

Curta a página da Osteria no Facebook e fique por dentro das novidades.
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domingo, 13 de março de 2016

Pousada Terragnolo - Vale dos Vinhedos/RS




Escolhemos a Pousada Terragnolo, no Vale dos Vinhedos, para comemorarmos nossos 15 anos de união. Chegamos no final da tarde e logo fizemos uma degustação na cave. Dos que provamos, o Marselan foi o melhor.




 A noite caiu no Vale e nós nos acomodamos na suíte Marselan, antes de sairmos para jantar. Pudemos acompanhar a um lindo entardecer.







A pousada é pequena e ao atendimento é familiar. O café da manhã está incluso da diária. O ambiente é rústico e moderno e a vista a partir das suítes é para os parrerais e é de tirar o fôlego. As amenidades são de uva.



O Vale dos Vinhedos é realmente demais. Ao fundo, Bento Gonçalves.

 O lagarto já faz parte da Pousada. Apelidei ele de Don Terragnolo.



Acompanhe as novidades da Pousada na fanpage do Facebook. A reserva foi feita mediante o pagamento da metade da diária. Possui estacionamento e wi-fi. 




Recomendo a pousada para um final de semana relaxante na serra gaúcha.


Este post não é patrocinado e nem apoiado.

domingo, 6 de março de 2016

Château du Clos Lucé - Vale do Loire/FR


Eu tinha muita curiosidade para conhecer um pouco mais do mundo de Leonardo da Vinci. E sabendo que ele morou aqui os últimos três anos de sua vida, a visita a este museu era obrigatória. Para introduzir a Valentina no mundo de Leonardo da Vinci, comprei a ela um livro sobre a obra dele, como contei aqui e a levei a uma exposição sobre ele, que ocorreu na Univates ainda antes da viagem.

Durante o período em que esteve em Amboise, a convite do Rei Francisco I, dedicou-se a concluir suas invenções e a estudar grandes projetos encomendados pelo monarca a ele. Assim, o Castelo do Clos Lucé, propriedade da família de Saint Bris desde há dois séculos, apresenta o conjunto da obra de Leonardo da Vinci.

É possível se visitar o quarto e o gabinete de trabalho de Da Vinci, a cozinha, as salas renascentistas, a capela e seus afrescos pintados por seus discípulos, bem como 40 de suas invenções em diversas áreas. Dentro, há uma exposição com maquetes e no jardim, maquetes em tamanhos grandes, que podem ser testadas pelos visitantes.


Cama de Leonardo da Vinci

Objetos de Ana de Bretanha


Cozinha

Monalisa


maquetes

Após visitar o interior do castelo, o passeio pelo Parque é obrigatório (mesmo com chuva e frio, como aconteceu conosco). Durante esse trajeto, você encontra 16 máquinas gigantes e acionáveis, podendo testar - e concluir que ele estava certo! - cada uma delas. Além disso, há 32 telas translúcidas, em que estão representados os desenhos e pormenores dos quadros do gênio. É possível, ainda, ouvir os pensamentos dele em 8 pontos sonoros, em diversos idiomas.







Todo o parque é lindo. Tem local para piquenique, brinquedos para crianças. Mas o recanto mais bonito e que realmente parece uma pintura renascentista é o Jardim de Leonardo. Um cantinho que somente se compreende a sua grandiosidade quando se chega nele. Não há palavras para descrevê-lo! A gente se sente dentro de uma pintura! Diz que era ali que Leonardo se inspirava e estudava botânica. Leonardo morreu em 02/05/1519.




Mais informações você encontra aqui.