Mostrando postagens com marcador chimarrão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador chimarrão. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de novembro de 2016

Caminhos de Pedra I - Casa da erva-mate




A Serra Gaúcha é prodigiosa em atrações. Bento Gonçalves, então, espera aos visitantes com três roteiros interessantes: o Vale dos Vinhedos, o Passeio de Maria Fumaça e o Caminhos de Pedra. Neste, você pode passar o dia visitando pequenas agroindústrias, comprar artesanatos e degustar o melhor da gastronomia italiana, regada a bons vinhos e sucos de uva.

Vou apresentar em alguns posts algumas dessas atrações. Hoje começamos com a Casa da Erva-Mate, construída no prédio do antigo moinho Cecconello.





O chimarrão é a bebida típica do Rio Grande do Sul e, para quem não o conhece, trata-se de um chá amargo e quente, servido num porongo, que chamamos de cuia e é sorvido através da bomba, uma espécie de canudo. A erva utilizada no seu preparo se chama de Ilex Paraguaiensis, ou simplesmente erva-mate, por sua origem indígena. Não há adição de nenhum outro produto ou conservante na receita original.



Entretanto, atualmente, é possível encontrar ervas adocicadas (com a adição de um pouco de açúcar) ou misturada com outros chás (como camomila, carqueja, etc.). Também já é possível comprar aqui no RS a erva-mate utilizada no preparo do Tererê, bebida muito comum no Paraguai e oeste brasileiro.

Bem, após esta breve introdução, passemos ao preparo da erva-mate, que você vai aprender visitando a Casa da Erva-Mate, no Caminhos de Pedra. O processo ali demonstrado é artesanal e os soques - que moem as folhas - são movidos por uma roda d'água.

 


Em primeiro lugar, as folhas são cortadas nas árvores e trazidas para este forno aquecido, até ficarem secas para serem moídas. Depois, elas passam para essa espécie de pilão, cujas pás são movidas por uma roda d'água.


 
A erva depois de moída está pronta para ser servida no chimarrão.

Chimarrão pronto

As visitas guiadas ocorrem a cada 30min, mais ou menos, devendo o ingresso ser comprado na loja que fica do outro lado da estrada, que é a casa dos proprietários. Aliás, ali você encontra outros produtos à base de erva-mate e pode degustar o mais tradicional chimarrão.




A Casa funciona diariamente, das 9h às 18h. Além desses produtos, há outros que você poderá levar de lembrança do RS.

O roteiro Caminhos de Pedra pode ser percorrido de forma independente ou em grupos e é indicado para famílias, inclusive com crianças. A estrada é bem sinalizada e totalmente asfaltada. Vale passar o dia visitando todas as atrações que tem lá.









sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Mateando Mundo Afora - Convidados

Cláudia Rodrigues, em Punta del Este/UY

Já é tradicional aqui no blogue a minha série Mateando Mundo Afora, pois carrego o chimarrão para todos os cantos do mundo. Desta vez, desafiei leitores e amigos a me mandarem foto com o chimarrão. E aqui estão as fotos que recebi até agora.

A primeira, é da amiga e colega Claudia Rodrigues, do blog Felipe, o Pequeno Viajante, em Punta Del Este, no Uruguai. Eles viajam o mundo inteiro e levam consigo a nossa tradição.

Marisa Belle Bertoldo (Pedro), em Bonaire

A Marisa Belle Bertoldo me mandou a foto do lindão do Pedro tomando um mate em Bonaire. Chique esse menino, não?

Tatiane Peraça Duarte, em Porto de Galinhas
E a minha amiga de longa data Tatiane Peraça Duarte, lá das Cacimbinhas, me mandou uma foto do seu chimarrão na belíssima Porto de Galinhas/PE.


Ximena Ferreira - San Sebastián/ES

A também amiga e colega Ximena Ferreira também adora estar na estrada e mandou esta foto dizendo que uma tomada faz a alegria de um gaúcho em qualquer lugar do mundo, pois é possível aquecer a água para um chimarrão. Essa foto foi tirada em San Sebastián, na Espanha.

Francine Agnoletto, Punta Cana
Acabei de receber mais uma foto: a Francine Agnoletto, do blog Viagens que Sonhamos acabou de voltar de Punta Cana. Como boa gaúcha, levou consigo seu chimarrão. E fotografou!


Cândida, em Búzios/RJ.


A Cândida França Freitas, minha querida ex-estagiária, mandou esta foto linda, mateando em Búzios/RJ. Essa gauchada anda se espraiando por aí.


E você? Que costume leva consigo nas suas viagens? Conte para a gente! E se tiver foto com o chimarrão, manda para o e-mail deabe@terra.com.br para eu postar aqui no blogue, ou posta lá na nossa fanpage que eu trago para cá.

Até mais!

sábado, 27 de setembro de 2014

Mateando Mundo Afora - Nordeste


Sou gaúcha, sim, e não abro mão do chimarrão. Toda vez que se pensa em viajar, o equipamento de mate é o primeiro a ser separado. E mesmo viajando de mochila não poderia ser diferente. Tudo bem, a viagem era econômica e o mate também o foi: era apenas um chimarrão por dia, pois não tinha erva para mais que uma cevadura diária. E nem lugar para levar.

Tomei mate em São João da Coroa Grande/PE...


... em Maragogi/AL...


... em Olinda (em Porto da Rua não tenho foto...).




domingo, 6 de outubro de 2013

Mateando Mundo Afora - Chile 2013


Este post também faz parte da série Mateando Mundo Afora. Desta vez, algumas fotos no Chile. Embora tenhamos tomado mate (chimarrão) todos os dias, não tirei muitas fotos. 

No domingo, logo cedo, como é hábito nosso, mateamos e assistimos a mais uma etapa do Freio de Ouro pela internet.


Santiago é cheia de parques que convidam a degustar um bom chimarrão. E nós aceitamos este convite.




Mas desta vez teve um mate que foi loco de especial: o que fiz com neve. Da primeira vez que fui, tentei esta façanha e não consegui. Desta vez não podia passar em branco.






Até a próxima viagem, com o Mateando Mundo Afora.



sábado, 31 de agosto de 2013

Nosso primeiro dia na neve (ou o dia da minha quase primeira aula de esqui) - Farellones, Valle Nevado



Havia uma enooooorme expectativa para o nosso primeiro dia na neve. As crianças contavam os segundos para verem a bendita e esplendorosa brancura da Cordilheira dos Andes, o que para nós é uma novidade, pois, via de regra, não neva no Brasil (neste ano nevou, e muito, só para me contradizer... Mas só na cidades da Serra Gaúcha).

Para mim havia uma baita expectativa no ar, pois iria fazer minha primeira aula de esqui! Era a única do grupo que queria se aventurar.

Compramos o passeio pela Touristour, que incluía a visita a Farellones e a minha aula no Valle Nevado. O José, nosso motorista, e o Alexis, nosso guia, explicaram que tínhamos que alugar as roupas apropriadas, o que fizemos logo antes de começarmos a subir a Cordilheira. Para as crianças, macacões impermeáveis; para os adultos, calças e botinas.

Durante o caminho, o Alexis tocou diversas músicas da MPB em sua flauta, o que nos fez relaxar um monte. E aproveitar a paisagem, bastante diferente do nosso dia-a-dia.

Quando chegamos em Farellones, fomos direto ao Tubbing, uma espécie de esquibunda, para comprarmos os ingressos e agendarmos o horário. Tudo certo, comprado e agendado, seguimos eu, o José e o Alexis para o Valle Nevado, para que eu pudesse, finalmente, debutar no mundo do esqui.

Nós nos separamos porque os outros integrantes do nosso grupo familiar não teriam o que fazer no Valle Nevado enquanto eu estivesse aprendendo a esquiar. Eles não teriam acesso ao hotel e nem à neve, o que frustraria as crianças (grandes e pequenas).

No caminho, optamos por cancelar a minha aula e voltarmos para Farellones, onde eu também poderia tener una clase de esqui. Assim, chegamos ao Valle Nevado e logo retornamos a Farellones. O valor da aula foi corretamente creditado no meu cartão de crédito pela agência.




Enquanto isso, a galera se divertiu muito no tubbing. Valentina ficou com medo no início, mas logo depois aproveitou muito.



De volta a Farellones, encarei uma baita fila para me inscrever na aula de esqui. Havia uma única pessoa para preencher os formulários (que deveriam ser muitos) e outra para cobrar. Fiquei uma hora na fila e andei poucos metros. E me dei conta de que Farellones não está preparado para bem receber o turista...

Neste meio tempo, José tentou encontrar a minha turma e não conseguiu. Depois do episódio que contei aqui, sempre que nos separávamos, conferíamos os telefones celulares e nem eu estava conseguindo falar com eles, pois a diversão deles era grande. Mas sabia que tínhamos reserva no restaurante e que todos estariam lá na hora marcada, afinal de contas, Farellones é um vilarejo.

Depois de uma hora na fila e de muitos brasileiros ao redor, vi uma moça saindo da pista com sintomas de fratura. Comecei a pensar em tudo: o cancelamento do Valle Nevado, a demora na fila, o fato de estar ali sozinha, só com o guia, enquanto o resto do pessoal se divertia, a moça do braço quebrado... Quando o Alexis voltou, já era hora de irmos ao restaurante. Olhei para ele e disse decidida: - Chega! Não quero mais! Sabe-se lá que horas vou ser atendida e que horas vou conseguir fazer a bendita aula! Vamos encontrar o pessoal! Quero acreditar que foram sinais de que aquele não era o melhor momento para aprender a esquiar... Ponto (mais uma vez) para a minha intuição!

Depois de uma almoço chinfrim e caro no restaurante Farellones, o mesmo que almoçamos da outra vez, fomos para um campo de neve, na beira da estrada, onde os chilenos vão. Eles são chamados de 'farofeiros da neve', pois vão para fazer piquenique e passar o dia. Tem um cara que aluga pranchinha, outro que aluga não sei o quê, outro que vende bebidas, e assim vão se enfileirando os carros na beira da estrada. E eu, que adoro uma farofa, não aguentei. Levei todo mundo para esse lugar. Ficamos ali cerca de duas horas. As duas horas mais divertidas da viagem inteira!

Fizemos o nosso boneco de neve...


... encontramos este outro pronto (e muito mais lindo que o nosso!)


 A Valentina literalmente rolou na neve (devia ter uns 30 a 50cm de neve por ali) e eu enchi a térmica do chimarrão com neve...






Fizemos nevar para aparecer nas fotos, só não fizemos chover... mas faltou pouco! O dia estava lindo, céu azul contrastando com o branco da neve. O dia perfeito! Estava até calor! Dava para ficar de mangas curtas, inclusive, pois não tinha vento. E a gaúcha aqui se encheu de roupas, porque tem medo de passar frio... Abandonei até as luvas e cogitei de ficar de camiseta, tal o calor!

No fim, depois de muita guerra de neve e diversão, a nossa bandeira foi hasteada mais uma vez em solo chileno. E as lembranças desse dia ficarão na nossa memória para sempre. Essas duas horas valeram todo o investimento que fizemos naquele passeio.

 Viva Chile!


Antes de terminar o post, acho importante comentar sobre o mal da montanha, que sempre me pega de jeito, especialmente no Chile, porque se sobe muito rápido. O meu maior sintoma é a dor de cabeça, que é muito forte. Ano passado, fui ao Peru (contei aqui) e descobri que se toma cafiaspirina. Antes de viajar, levei a Valentina ao pediatra dela para saber o que poderia dar a ela, caso sentisse algum dos sintomas e ele receitou a metade da minha dose, ou seja, meio comprimido (ela tem 8 anos). Eu levei sempre comigo. Ela não sentiu nada, mas o primo precisou tomar.

Chi-Chi-Chi-le-le-le, VIVA CHILE!



sexta-feira, 26 de abril de 2013

Chimarrão na Itália

Verona - Casa de Giuletta

Não é segredo para ninguém que a gente não viaja sem o nosso companheiro chimarrão. Já escrevi vários posts sobre ele. E muita gente me pergunta se não tem problema. E eu respondo: não, não tem problema. Pode levar tranquilo. Já levamos o mate para Argentina, Chile, Peru, Uruguai, França, Portugal e agora Itália. Até hoje, sem qualquer problemas.

Veneza

Mas alguns cuidados são importantes de se ter. O primeiro deles é sempre despachar todo o equipamento de mate na mala. Com as novas regras atuais não vale a pena correr o risco de levar na bagagem de mão e depois não poder embarcar, embora a bomba não seja pontiaguda. Em voos domésticos no Brasil não tem problemas. Você embarca normalmente com seu equipamento de mate na mão e ainda pode pedir água quente para o pessoal de bordo.

Veneza
O segundo cuidado: nunca falar em 'erva' e 'bomba', ainda mais depois do fatídico 11 de setembro... Se falar em erva as autoridades que desconhecem podem pensar que se trata de tóxico, como por exemplo maconha, e apreenderem. E a explicação talvez tenha que ser dada à polícia. E para bomba utilizo a palavra straw (canudo em inglês). Ainda quanto à erva, levo pacote fechado e nunca trago o que sobra para casa.


Vaticano


Então, sempre uso a explicação de que se trata de um típico chá verde do sul do Brasil (em francês: C'est un té chaud pour boir ou em inglês: It's a typical green tea from South of Brazil). 


Toscana

Na França, no Palácio de Versalhes, quando pus a mateira no detector de metais, a segurança me perguntou o que era e eu a respondi. Fiquei surpresa quando ela me perguntou se se tratava de mate, tendo eu confirmado. 

Esta é outra expressão de que eu gosto: mate. É mais fácil dos gringos assimilarem a palavra. E ainda digo que é igual ao da Argentina (embora a gente saiba que um não tem nada a ver com o outro!).

Sem contar o monte de explicação que se tem que dar na rua... Em Verona, alguns veronenses provaram e disseram que era igual a chá verde. Em San Gimignano, tivemos que explicar o que era a 'cuia'... Sabe o que dissemos? Que se tratava de um fruto do porongueiro. A gente se saiu bem dessa, né? Em Veneza, como já contei em outro post, me perguntaram se era ilegal, se era tóxico, se viciava... Resposta: todas as alternativas erradas!


San Gimignano

Só que desta vez tivemos um acidente. Em Florença, o Jaime quebrou a térmica. A gente até tentou encontrar outra para comprar, mas que nada. Como resolver? Pedimos uma jarra de inox na cafeteria do hotel e ali aquecíamos a água, com o aquecedor elétrico (popular 'rabo quente') que sempre carregamos junto. Mas o mate ficou confinado ao hotel...


Milão

Em Milão, bateu o desespero. Como tomar mate? Gaúcho não se aperta. Pegamos uma garrafa de água e aquecemos a água. E mateamos normalmente. Gambiarra? Total. Mas não ficamos sem mate.


Fizemos uma roda de mate no hotel em Roma com outros amigos gaúchos que lá encontramos. Aquecemos água até no trem, entre Veneza e Roma. Lembro que em um dos trechos de trem passaram alguns policiais dentro do vagão e eles ficaram olhando. Mas não perguntaram o que era. E se perguntassem iriam ganhar a mesma explicação que sempre dou. E ainda iria oferecer a eles para provarem. Devem estar se perguntando até hoje do que se tratava...

Meu equipamento de mate já está listo para a próxima aventura. E o seu?

Até mais!




terça-feira, 19 de março de 2013

Histórias de Viagem - chimarrão





É ilegal? Vicia?



Hoje cheguei em casa, depois de um longo dia de trabalho, e sem pensar fui preparar meu chimarrão. Sim, eu passei o dia inteiro e não consegui tomar um mate. Minto. Tomei dois mates enquanto fazia a unha e depois tentei tomar mate no trabalho. Tentei, porém não consegui. A térmica, ou melhor, a tampa da térmica, estragou.

Agora, enquanto preparava o meu amargo para relaxar (e arrumar a mala!), comecei a me lembrar de uma cena muito engraçada que vivi na Itália, mais precisamente em Veneza. Sim, caro leitor, eu carrego o chimarrão na mala. Se eu tive algum problema? Nunquinha da Silva. Mas isso já é assunto para outro artigo.

Estava eu caminhando por Veneza, numa manhã fria (a temperatura talvez estivesse negativa, talvez não. Não sei. Só sei que estava muito frio), mas ensolarada, com o meu chimarrão em plena Ponte do Rialto, quando uma pessoa me atacou, afinal de contas, aquilo que eu tinha nas mãos era muito estranho. Coisa de outro mundo, deve ter pensado ele!

A primeira pergunta: o que é isso?! E eu, treinando meu inglês, respondi que era um chá verde, típico do Sul do Brasil, chamado chimarrão, mas também conhecido por mate, que tem na Argentina e tal. Ele lascou: e esse verde, o que é? E eu respondi que eram folhas de uma árvore, que são secas e depois moídas. É ilegal? É tóxico? Isso vicia? Emendou ele. E eu, segurando o riso – ou a gargalhada – e com toda a paciência que Deus me deu, afirmei com todas as letras: não, não é tóxico, não é ilegal e nem vicia! E complementei: é simplesmente um chá que todas as pessoas normalmente tomam diariamente, só que ao invés de tomar na xícara, toma na cuia, com a ajuda disso aqui, apontando para a bomba, que se chama canudo.

Para completar a conversa, ofereci a ele para provar. Ele não quis. Agradeceu a explicação e disse que nunca tinha visto e nem ouvido falar. Mas que era muito interessante.

Obviamente eu jamais iria dizer que vicia (no bom sentido, pois nada mais é do que um costume diário e sem qualquer contraindicação!), que as folhas verdes são chamadas de erva e que o ‘canudo’ se chama de bomba, até porque se dissesse isso, seria presa e deportada. Mas, ao mesmo tempo em que alguns desconhecem, outros conhecem e sabem que é chamado de mate, um nome mais simples e de fácil assimilação para o estrangeiro.

Agora, uma coisa é certa: ficar um dia sem matear faz com que o dia não esteja completo. Pelo menos o meu!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Mateando mundo afora 7


Mais um post da série. Agora, todas no Peru.

Machu Picchu

Plaza del Amor - Lima

Cusco

Andahuaylillas

Puno

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Saiu no Caderno Viagem de ZH - 13/09/2011



Chimarrão: eterna companhia

Somos gaúchos e ponto. Isso é o que mais importa. Sempre que viajamos, levamos conosco duas coisas imprescindíveis: a Bandeira do RS (que já tem alguns quilômetros rodados) e, of course, o chimarrão. Ele já nos acompanhou no Chile, na Argentina e no Uruguai. Até aí, tudo bem. Afinal de contas os nossos hermanos gauchos também tomam o seu mate. Mas sempre que estamos andando pelas ruas, invariavelmente, eles nos param para admirar a erva, pois a nossa é mais verde e muito mais saborosa, ao passo que a deles, além de geralmente ser pura folha, é de coloração quase marrom e muito amarga. E pedem para provar. E gostam. Sempre quando estamos embarcando de volta e ainda tem uma sobra da erva, deixamos de presente para alguém e eles ficam felizes da vida com ‘a novidade’.

Mas nossa aventura maior ainda estava por vir. Iríamos para Paris e para Lisboa e era a nossa primeira incursão pela Europa. E a questão: levamos ou não levamos o chimarrão? Levamos. E se nos perguntarem o que é? Temos que explicar. Como eu estudo francês, minha professora me ensinou: c’est un thé chaud pour boir. E lá fomos nós para Paris.

Não nos pararam. Não nos perguntaram nada. Logo depois de chegarmos ao hotel, cansados da viagem, fizemos o nosso chimarrão e saímos a flanar pelas ruas parisienses, com as pessoas nos olhando curiosas. Mas ninguém nos perguntou nada.

Até que fomos visitar o Château De Versailles e tínhamos que passar pelo detector de metais. Pus as bolsas e a mateira na esteira e passei. A senhora me perguntou: Qu’est-ce que c’est? Eu eu respondi: c’est un thé chaud pour boir. E ela: mate? E eu: oui, c’est ça, mate. E ela: oui, c’est bien. C’est bienvenue! E assim entramos no Castelo e depois da longa visita, nos deliciamos com um belo mate, nos jardins.