PABLO NERUDA
* Post publicado no blog parceiro Mulheres Donas de Si.
Adoro poesia. Adoro Pablo Neruda. Adoro ler para me preparar para as viagens, como já comentei anteriormente.
Quando fui ao Chile pela primeira vez, decidi que não sairia de lá sem conhecer as três casas de Pablo Neruda: a La Chascona, que fica em Santiago (e eu descobri que até hoje não escrevi sobre essa casa no blog!), a La Sebastiana, em Valparaíso e, por fim, a mais esperada por mim, Isla Negra, na beira do Pacífico.
La Chascona - Santiago
A casa de Santiago, que fica no bairro Providéncia, começou a ser construída por Neruda em 1953 para que nela morasse Matilde Urrutia, seu amor secreto. Em homenagem a ela, batizou por ‘La Chascona’, como ele a chamava, em razão de sua abundante cabeleira.
Após o golpe militar de 1973, que derrubou o então Presidente Salvador Allende, Neruda faleceu. A casa sofreu diversos vandalismos, inclusive a obstrução de um curso de água natural, que fez com que toda ela fosse inundada. Mesmo assim, Neruda foi ali velado junto a poucos amigos. Matilde reconstruiu a casa e nela viveu até 1985.
Divulgação do saite http://www.fundacionneruda.org/es/galeria-chascona |
Divulgação do saite http://www.fundacionneruda.org/es/galeria-chascona |
La Sebastiana - Valparaíso
A casa de veraneio de Neruda e Matilde fica em Valparaíso, no alto do Cerro Florida, de onde se avista o Oceano Pacífico. Neruda amava Valparaíso e pediu a um amigo, em 1959, que ele encontrasse uma casa para ele. Mas não podia ser uma casa qualquer. Debía estar en un cerro, pero cerca del plan, con vista al mar y a la ciudad, lejos de todo, pero cerca de la movibilización, con vecino silenciosos, solitaria pero no en exceso, alada pero firme, original pero no incómoda, y sobre todo, económica.
A casa foi inaugurada em 18 de setembro de 1961, com uma festa memorável. La Sebastiana foi saqueada após o golpe militar de 1973, tendo sido restaurada em 1991. A visita ao museu é autoguiada e é proibido fotografar seu interior. Saiba mais aqui.
Isla Negra
Para mim, a mais linda de todas, a mais completa, a mais nerudiana, a mais… Faltam-me adjetivos para ela! Já estive duas vezes lá e irei de novo, certamente.
Neruda e La Chascona encontram-se enterrados ali, ao lado do mar. Neruda, além de político e escritor, era conhecido como um coisista, pois adorava colecionar tudo o que via pela frente e parte de suas coleções podem ser vistas em Isla Negra. A vida deles está lá, a energia desse lugar é incrível, tudo é maravilhoso! Leia mais aqui e aqui.
Quando estive pela primeira vez
defronte do oceano me enchi de assombro.
Ali entre dois grandes montes
(o Huique e o Maule) se desatava
a fúria do grande mar.
Não eram somente as imensas ondas
nevadas que se levantavam
a muitos metros sobre nossas cabeças,
mas um estrondo de coração colossal,
a palpitação do universo.
(NERUDA, em Confieso que he vivido).
Para melhor se entender o mundo de Neruda e Matilde, indispensável a leitura de ‘Minha vida com Pablo Neruda”, escrito pela própria Matilde Urrutia (leia mais aqui). Igualmente indispensável a leitura das poesias de Neruda (saiba mais aqui). O filme “O Carteiro e o Poeta” retratam a vida deles no exílio, na Itália (leia aqui). Também recomendo.
Todas as casas são museus administrados pela Fundação Neruda. No valor do ingresso está incluído um audioguia (tem em português), que facilita em muito a visita. Na primeira vez que fui, eram guias quem explicava. Mais informações sobre preços, horários de visitação, você encontra aqui.
Você já conhece o mundo de Neruda? Conte para a gente.
Hasta la vista.
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