Pois é, a primeira edição da blogagem coletiva fez tanto sucesso que agora estamos renovando a parceria. E o entusiasmo é contagiante! O tema desta vez são os perrengues que enfrentamos nas viagens.
Pensei, pensei, pensei e achei poucas situações que foram mais delicadas, vamos dizer assim. Posso dizer que nossas viagens sempre foram iluminadas e que sempre tudo deu certo. Mesmo com os perrengues. Fazem parte, né?
A primeira situação foi no Rio de Janeiro, em 2011. Fomos levar a Valentina na sua primeira viagem de avião para conhecer a Cidade Maravilhosa. Meus pais e minha irmã atenderam ao convite dela e se juntaram ao grupo, tornando a trip uma grande aventura familiar.
Pela internet, num desses saites de compras coletivas, comprei um passeio de barco pela Baía da Guanabara, mar protegido, algumas paradas, tudo certo. Pensei na minha mãe que enjoa muito. No dia anterior ao passeio, a empresa me contactou para informar que o passeio com esse roteiro não sairia por falta de quórum, mas que poderíamos fazer o outro, para a Ilha do Papagaio ou recebermos o dinheiro de volta. Optamos por aquele.
Na hora prevista, embarcamos na Marina da Glória. O dia estava lindo, sem ventos. Quando contornamos o Pão de Açúcar a coisa complicou. E a vista da Praia Vermelha e Copacabana terminou devido a um nevoeiro muito forte. O barco começou a balançar e o povo todo começou a marear. Íamos contra a maré, digo contra o vento. Mais ou menos dois metros para a frente, um para trás.
Até que o capitão anunciou que para chegarmos na tal Ilha do Papagaio demoraríamos mais uma hora naquelas condições. A segunda opção seria retornarmos à Marina da Glória e reagendarmos o passeio. Por unanimidade, decidimos voltar.
O tal barco não tinha GPS e a comunicação com terra era por telefone celular. Não se tinha qualquer visibilidade. Quando percebemos, estávamos quase na arrebentação, em frente à Copacabana. E do nada surgia um barquinho de pescador, desses bem pequenininhos...
Algum tempo de pavor depois, contornamos o Pão de Açúcar e reingressamos na Baía da Guanabara, onde o sol mais que brilhava. A maioria do pessoal do barco alimentou os peixinhos.
Quando chegamos, o pessoal do barco queria que reagendássemos, mas explicamos a ele que não tínhamos mais tempo hábil.
Como explicar os caprichos do mar? Como eu mergulho sei que quando se sai para o mar o tempo é sempre uma incógnita. Mas jamais imaginei que, em pleno Rio de Janeiro, os barcos não tivessem, ao menos, um GPS. O capitão demonstrou sua habilidade. Percebi que a tripulação estava angustiada.
E a Valen? Nada! Não enjoou e ainda procurou por golfinhos comigo, a forma que eu encontrei para distraí-la de toda aquela situação.
Nesta mesma viagem, outro dia, estávamos no metrô para retornarmos ao apartamento que alugáramos para começarmos a viagem de volta. Quando chegamos, o trem já estava ali e eu e a Valen corremos e entramos. Mas o resto do pessoal não!
E aí? O que fazer? Descer na próxima estação ou descer na 'nossa' estação? A Valen meio que se apavorou e tal, mas disse a ela com toda a calma: vamos descer na 'nossa' estação e vamos ficar esperando por eles (meu pai, minha mãe, minha irmã e meu marido), porque se descermos na próxima, vamos nos desencontrar.
E assim fizemos. Eu e a Valen descemos na Cantagalo e nos sentamos a esperar o próximo trem. Quando chegou, a gente se reuniu novamente e tudo acabou bem.
Por fim, o último perrengue foi agora, no Chile.
Eu habilitei meu celular para rooming internacional. Então, sempre saio com ele, mas não atendo a nenhuma ligação. O objetivo é de me comunicar, por torpedo, com a minha mãe, que não sabe nem ligar um computador. O Jaime levou o dele, mas deixou desligado no apartamento. Os nossos amigos levaram um celular, mas também deixaram desligado, em casa. E saímos para passear.
À tarde, eu e a minha amiga fomos levar as crianças para ver uma exposição na Estação Mapocho, sobre Dinossauros Gigantes. Os meninos foram ao mercado. E simplesmente nos desencontramos. Adivinha só que tem estava com telefone... eu!
Como a noite começou a cair e era uma multidão na tal exposição, comentei com a minha amiga que eles iriam nos esperar na saída, já que era uma exposição de sentido único: se entrava pelas portas da frente e a saída era nos fundos.
Vencemos o itinerário, saímos e não os enxergamos. Viemos até a frente da Estação Mapocho, procuramos por eles e nada! Começou a anoitecer. A minha amiga comentou que eles poderiam ter ido para casa, tomar chimarrão, pois viram o tumulto e sabiam que nós tínhamos conhecimento de como voltar e tal. Concordei com ela e seguimos para o nosso apartamento que, por coincidência, eu estava com a chave.
Chegamos já noite com as crianças e subimos direto ao apartamento deles. Nada. Descemos para o meu. E ali ficamos esperando pelos meninos. O passaporte do Jaime estava comigo. E quando me dei conta disso, começou a bater o pavor. O que será que aconteceu? Onde eles estão?
As crianças toda hora vinham perguntar pelos pais e nós respondíamos que eles já estavam chegando. Anoiteceu e nada deles. E começamos a realmente ficar preocupadas. Ela pegou o telefone dela, que estava desligado dentro da bolsa, ligou e trocamos uma mensagem ali mesmo, só para ver se funcionava. E funcionou.
Passou 15, 20, 30 minutos e nada deles chegarem. Começamos a ficar sem assunto e a pensar em um Plano B, como por exemplo, procurar a Embaixada Brasileira, Polícia, sei lá... Já não tínhamos mais desculpas para darmos aos pequenos viajantes.
De repente, meu telefone toca. Percebi que era um número do Chile e atendi. - Alô! A ligação caiu... E o pavor aumentou ainda mais.
Passados mais alguns minutos, o telefone tocou de novo e, ao invés de dizer 'alô', eu disse: - Casa, casa, casa, casa. Ao que o Jaime, do outro lado, respondeu: - Vocês estão em casa? E eu: - Sim, e vocês? Estamos chegando, foi a resposta.
Nada mais do que 45min se passaram entre a nossa chegada em casa e a notícia deles, que estavam bem. Mas parece que foram 3h... O desencontro foi de menos de 5min, quando decidimos sair da Estação Mapocho e voltar para o apartamento e a chegada deles ali na frente. Mas gerou um baita estresse. Eu levei na boa e ainda brinquei com o Jaime: - Confessa, vocês foram num Café con Piernas e estão dando a desculpa que ainda estavam no mercado! Sim, porque depois tem que transformar a situação em piada, né? E assim ter estória para contar aos amigos.
Dali em diante, combinamos que sempre que nos separássemos, cada dupla ficaria com um celular e que a comunicação se daria por torpedo. E nunca mais tivemos problemas.
Até a próxima blogagem coletiva!
Leia sobre outros perrengues nos seguintes blogues:
1. Claudia Pegoraro, do Felipe, o pequeno viajante
2. Karen Schubert Reimer, do As Aventuras da Ellerim Viajante
3. Cinthia Rangel, do Viagens em Família
4. Adriana Pasello, do Diário de Viagem
5. Francine Agnoletto, do Viagens que Sonhamos
6. Eder Rezende, do Quatro Cantos do Mundo
7. Eria Kovacs, do Viagem com Gêmeos
8. Debora Godoy Segnini, do Gosto e Pronto
9. Ludmyla De Sena Broniszewski, do Two Many Sides of Me (este é o perrengue 3! Tem o 1 e o 2!!)
10. Renata Schiffer, do A Renata teve infância e sabe ser feliz!
11. Andréia Mannarino, do Mistura nada básica
12. Andrea Martins, do Malas e Panelas
13.Aryele Herrera, do Casa da Atzin
14. Flávia Maciel, do Bebê pelo Mundo
15. Renato Martins, do Renato Blogging (nada a ver o nome, é um blog antigo que posto raramente)
16. Sut-Mie Guibert, do Viajando com Pimpolhos
17. Andreza Trivillin, do Andreza Dica e Indica Disney
18. Debora Galizia, do Viajando em Família
19. Thiago Cesar Busarello, do Vida de Turista
20. Ana Cinthia Cassab Heilborn, do Travel Book
21. Ingrid Patrícia Cruz, do Viagens em Família
22. Michely Lares, do Viagens da Família Lares
23.Karla Alves Leal, do Cariocando por aí
24.Marcia Tanikawa, do Os Caminhantes Ogrotur
25. Mônica Paranhos, do Viagens em Família
26. Patricia Papp, do Coisas de Mãe
27. Cynara Vianna, do Cantinho de Ná
28. Cristiane Martins, do Dias Viajando por aí
29. Guilherme Canever, do Saiporaí
30. Paloma Varón, do Viagens em Família
31. Vera Leitão, do Mundo anfitrião
32. Miriam Vargas Nunes Neto, do Clube de Viagens Mom:
33. Flávia Peixoto, do Viajar é tudo de bom
34. Daniella Sousa Reis, do André e Dani + Pedro
35. Ligia Cantarelli, do Sem vírgula antes de etc.
36.Luciana Bordallo Misura, do Colagem
37. Kelly Resende, do Bebê Piccolo
38. Susana Spotti, do Viagem Simplesmente
39. Thyl Guerra, do Viajando com palavras
40. Alexandra Aranovich, do Café Viagem
41. Luísa Pinto, do Diário da Pikitim
Andrea, que ótimos perrengues pra contar kkkkk!
ResponderExcluirEngraçado esse instinto materno, né? A gente passando o maior sufoco e só pensa em distrair os filhos para eles não perceberem! Parece até eu cantando a musiquinha das poderosas pro Lipe! Essa idéia de procurar golfinhos seria bem menos enjoativa!
Bjokas, Claudia @pequenoviajante
Olha, foi bem complicado, mas no fim deu certo! E é bem melhor contar golfinhos do que cantar as Poderosas... kkkkkk
ExcluirPuxa Andréa, confesso que o que mais me dá medo são os perrengues na água. O meu pior perrengue foi em um navio no Mar do Norte. Saímos da Inglaterrra para passar uns dias na Dinamarca. Foi terrível e creio que a única vez que senti perigo real de vida. Um dia conto no blog... ah, falando em água, não sabia que você mergulhava, nós também! bj
ResponderExcluirEsse dia eu senti medo, ainda mais quando comecei a observar a tripulação, que também estava angustiada. Fiquei em pé mais de 3h dentro do barco pq se eu sentasse, enjoava. Não foi fácil. Sim, mergulho há 12 anos, mas faz algum tempo que não logo nada, nada... mudei o foco das viagens, hehehehe. bjo
ExcluirUau! Tenho medo também desses perrengues na água! Mais do que em avião, engraçado! Com criança, então! Deve ser terrível!! Mas é imprevisível mesmo!
ResponderExcluirBjs
Sim, a situação não foi muito legal!
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