O nosso roteiro em Brasília começou com uma visita ao Palácio da Alvorada. Uma visita na frente, sem entrar. A visita guiada acontece às quartas-feiras e nós chegamos lá na quinta. Ficou para a próxima.
Trata-se da residência oficial do Presidente da República, tendo sido o primeiro prédio inaugurado em Brasília, em 1958.
Projetado por Oscar Niemeyer, o Alvorada tornou-se um dos ícones da arquitetura moderna brasileira e de sua peculiaridade em relação ao movimento moderno europeu. Também foi símbolo do progresso cultural e técnico do Brasil durante a década de 1950, momento em que o país vivia uma profusão cultural singular, caracterizado entre outras coisas pela bossa nova, pela arquitetura moderna e pela arte concreta.
O formato diferenciado dos pilares externos da edificação deu origem ao símbolo e emblema da cidade, presente no brasão do Distrito Federal. Tal formato foi, inclusive, largamente copiado em construções populares em todo o país, o que o tornou eventualmente sinônimo de uma estética kitsch quando aplicado em outros contextos.
A construção de Niemeyer foi batizada por Juscelino Kubitschek e, quando questionado sobre o porquê do nome "alvorada", o então presidente da República respondeu com outra questão: "Que é Brasília, senão a alvorada de um novo dia para o Brasil?". É dito que Juscelino recusou o primeiro projeto feito por Niemeyer, por "falta de monumentalidade", e pediu que o arquiteto refizesse os traços para construir um palácio "que daqui a cem anos ainda seja admirado".
O Alvorada é uma construção revestida de mármore e vedada por cortinas de vidro, cuja estrutura é constituída externamente dos já citados pilares brancos. Desta forma, o vidro proporciona uma certa integração entre espaço interior e exterior. Já as famosas colunas apoiam-se no chão por um de seus vértices fazendo, aparentemente, desaparecer a ideia de peso - como que pousando o edifício no solo de Brasília. O trabalho com a curva neste e em outros edifícios de Brasília fez com que a obra de Niemeyer fosse apelidada eventualmente de barroca.
O espelho d'água, que reflete a imagem do edifício, criando um espaço virtual infinito, é complementado por um grupo escultórico, As banhistas de Alfredo Ceschiatti, que parece flutuar à superfície da água, em uma materialidade que, segundo apontam críticos da arquitetura, parece fazer desaparecer a gravidade.
O Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), também conhecido como Batalhão Duque de Caxias, é uma unidade do exército brasileiro que tem por finalidade realizar a proteção do presidente da República Federativa do Brasil e a guarda das instalações dos principais palácios da Presidência da República. Para integrar esta unidade, que tem a missão mais importante das forças armadas brasileiras, seus integrantes passam por uma rigorosa seleção técnica operacional, psicológica e física. Sua denominação histórica é uma homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, patrono do Exército Brasileiro, que foi o primeiro porta-estandarte do Batalhão.
A cada duas horas acontece a troca da guarda na frente do Palácio da Alvorada. Um acontecimento, sem dúvidas. Dois guardas se aproximam marchando.
E marchando chegam na frente do que está na guarda. O de maior graduação determina a troca dos guardas. O que saiu mais o graduado retornam para o interior do Palácio. O que chegou assume o posto e ali fica, parado, por duas infinitas horas. Esteja o calor que estiver. Ele nem pisca e nem se importa com a nossa presença. Segue ali, imóvel...
Pela segunda vez vi a troca da guarda. É uma cerimônia. E é linda.
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