domingo, 31 de janeiro de 2016

Perrengue nº 02 - O que tem para o jantar?


Depois da visita ao Castelo de Fontainebleau, saímos na direção de Mur-de-Sologne, com uma passadinha em Orleans para visitar o Museu da Joana D'Arc. Esse era o plano, que em razão do mau tempo e de ser segunda-feira, teve que ser mudado, pois o museu não abre nesse dia. Passamos por diversas cidades pequenas, pois marcamos no Google Maps, o nosso GPS, rotas sem pedágio, exatamente para não ficarmos nas 'Autoroutes'.



 Jaime de motorista e eu de copiloto, pois o inverso é meio complicado. Era inverno - janeiro de 2015 - e, claro, anoitecia cedo. Passamos ao lado de Orleans e seguimos viagem. Apesar de não ser tão longe em distância, passamos por muitas cidades pequenas, todas com muitos semáforos e quebra-molas, o que faz com que a viagem não renda. Mas esse era o objetivo, conhecer.





Não, a gente não se perdeu! Chegamos em Mur-de-Sologne já de noite e ainda tínhamos que achar a La Quèrière, nossa pousada, que é uma fazenda, como contei aqui. O GPS cada vez mais nos levava para estradas menores e escuras e pavor começou a bater. Será que ele estava certo? Será que vamos chegar? Onde será que é? Quando entramos na estrada de interior, mas interior mesmo, começou a bater o pavor. E o arrependimento de ter 'inventado moda'.

Mas o tal do Google Maps é bom! Levou a gente até a porteira da fazenda, bem certinho, o que nos rendeu uma sensação de alívio. 

Chegamos e fomos muito bem recepcionados pela Isabelle e pelo Alain, que prontamente nos mostrou o nosso quarto. Batemos um papo e ele nos indicou rapidamente um restaurante para jantarmos 'ali perto', porque eles não servem jantar, somente café da manhã. Passou o endereço e saímos. Endereço no GPS, fomos nós atrás do tal restaurante. Claro que não encontramos nada! Quer dizer, provavelmente estava fechado, porque era segunda-feira.

Seguimos andando de cidadezinha em cidadezinha. Mal passava das 19h e tudo estava fechado. Nem um boteco aberto para comprarmos bolachinha, se fosse o caso. Nada x nada! Uma escuridão tremenda e nós cada vez mais nos afastávamos da nossa pousada.

Uma hora andando, chegamos num trevo. Olhamos para os lados e eu já estava pensando em voltar, pedir um copo de leite para a Valentina e nós comer o que tinha dentro do carro (só doce...) e dormir para a fome passar, acordar cedo e tomar aquele café da manhã...

Daí o Jaime olhou para o lado e apontou para um clarão no céu e disse: vamos até lá, deve ser uma cidade um pouco maior e a gente vai achar alguma coisa. Se não acharmos, a gente volta e vê o que faz. Seguimos.

Entramos numa rua aleatória e havia uma pessoa na rua. Garoava e fazia frio, mas muito frio. Paramos o carro e eu pedi informações a ele, sobre onde conseguiríamos comer algo. Estávamos em Contres, mas só descobrimos isso depois...

Ele nos explicou. Entre francês e inglês, não nos entendemos. Eram muitas quebradas. Então, ele gentilmente, entrou em casa, pegou seu carro e nos levou até o que seria o centro da cidade.  Seguimos ele. A fome aumentava cada vez mais...

Chegamos lá no local que ele havia indicado e... tudo fechado! Ele seguiu adiante e nos levou no estacionamento de um mercado enorme, que tinha um quiosque de pizza. Entramos os dois carros no estacionamento e ele, querido, veio se desculpar porque estava tudo fechado e ele só se lembrou daquele lugar.

Trajeto que fizemos procurando comida

Agradeci ele muito, pela gentileza, pela presteza e pela educação. Disse a ele que não se preocupasse, pois gostávamos de pizza e que aquele lugar estava ótimo. Dei-lhe uma bandeira do Brasil e um chaveiro.

Nesse momento, a Valentina começou a chorar com 'dor na orelha'. Algo meio para chamar a atenção, misturado com fome, cansaço e medo. Eu tentando acalmá-la e agradecendo ao rapaz, mais uma vez. A situação estava tão caótica, que nem o nome dele eu perguntei, mas ele foi um anjo que caiu do céu para nos ajudar.





Passado o estresse, compramos a maior pizza e um vinho. Voltamos para a La Quèrière. Estávamos a 22km de lá. Havíamos rodado mais de uma hora para conseguir o que comer. Abaixo, a estrada na chegada da fazenda...


E a tão esperada hora da janta, chegou... A-T-A-C-A-R!




A lição aprendida? Sempre ter o que comer no carro. Atentar para os dias frios, segundas-feiras, inverno. Tudo fecha mais cedo. Tivéssemos nos dado conta, teríamos parado em um mercado ou padaria e comprado algo para o jantar, mas queríamos chegar cedo na fazenda, para depois sairmos para jantar. Não nos demos conta de todos esses detalhes.

E a 'dor na orelha'? Passou tão logo ela comeu o primeiro pedaço de pizza... Mas o fiasco foi grande. O nosso anjo da guarda deve ter ficado apavorado...

De qualquer sorte, embora não saiba seu nome, apenas que mora em Contres, deixo aqui os nossos sinceros agradecimentos pela ajuda!

E o perrengue nº 01? Ah, foi a tal montanha-russa do Nemo, na Disney Paris, que passei mal, como contei aqui.

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