Este livro de Érico Veríssimo (Cia das Letras, 2006, 477 páginas) narra sua visita aos Estados Unidos, em 1941, bem como as palestras que por lá proferiu. Traz junto as suas impressões sobre a América. Leitura leve e descontraída.
Em janeiro de 1941, como parte do programa de Boa Vizinhança instituído pelo governo norte-americano, Erico Verissimo embarca no vapor Argentina para passar três meses nos Estados Unidos. Diz ao oficial da alfândega que pretende "viajar, ver pessoas e coisas" e, "se não houver outro remédio", fazer conferências.
Que país o escritor brasileiro encontra? Os jornais americanos perguntam aos leitores se o governo deve ajudar a Grã-Bretanha contra Hitler, Washington exibe uma segurança frouxa - é possível entrar na Casa Branca como "quem entra num lugar público" - e Hollywood se mostra uma "cidade murada e proibida". Os americanos desconhecem o Brasil, e Erico não se surpreende quando, para agradá-lo, alguns salpicam na conversa termos como fiesta e adiós.
A cultura e a política americanas são tratadas com humor, faro jornalístico e olho de romancista. Erico também fala da miséria e da segregação racial. Percorre o país de costa a costa e conhece grandes escritores e artistas, como Thomas Mann, Somerset Maugham, Orson Welles, Walt Disney e Alfred Hitchcock.
Para seu autor, este livro é o "relato simples e objetivo de um passeio que foi, antes de mais nada, o feriado dum contador de histórias". Com a graça e a leveza típicas de um gostoso repouso momentâneo, Gato preto em campo de neve mostra um povo e uma nação pelos olhos de um romancista.
Boa Leitura!
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